domingo, 13 de abril de 2008

Os Signos Identificadores

Iniciamos o estudo dos Signos Identificadores e os seus impactos ao nível da Identidade de uma Instituição, que se constitui por um sistema de mensagens e recursos significantes complexos, manifestado em todos e em cada um dos seus componentes - logótipos, aos símbolos, mascotes, às cores institucionais, ao grafismo complementar, aos signos acústicos, à arquitectura, comunicações internas e externas, etc.
Neste sentido, suscitam por sua vez nos seus públicos uma determinada opinião (reconhecimento, diferenciação, valorização, proximidade afectiva, etc.). Segundo Chaves (2005), para compreender a importância e uma depuração relativa a estes conceitos, é necessário analisar este paradigma através de um esquema de quatro elementos, sendo que:

- O primeiro denomina-se de realidade Institucional, que é o conjunto de condições e dados objectivos da existência real da Instituição representados através de elementos como: a sua estrutura e organização, os seus sistemas de relações e comunicações internas e externas, a sua infra-estrutura, entidade jurídica, etc.;

- O segundo elemento é a Identidade Institucional: conjunto dos elementos, atributos e processos identificadores, assumidos como próprios pela Instituição;

- O terceiro elemento é a comunicação Institucional que é o conjunto de mensagens efectivamente emitidos, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente (Chaves, 2005);

- O último elemento ou conceito referido por este autor, é a Imagem Institucional que em conjunto com os outros três elementos formam um sistema. A Imagem Institucional é o registo público dos atributos identificadores da Entidade.




Fig. 1.1 – Alguns Signos Identificadores de Sistemas de Identidade Corporativa, realizados por Paul Rand.


Nenhuma Instituição prescinde hoje de um signo gráfico como Identificador Institucional e o próprio conceito de Identidade Corporativa está quase exclusivamente associado ao Sistema de Identificação Gráfica das Instituições. Neste contexto a sua importância social e cultural, leva-nos ao estudo e análise dos Signos Identificadores (características verbais e visuais dos signos) como uma das ferramentas protagonizadoras, na análise da Identificação Institucional.




Fig. 1.2 - Signos Identificadores de Sistemas de Identidade Corporativa, realizados por Otl Aicher.


Segundo Chaves e Belluccia (2006), na sua forma de manifestação, são diversas as gamas de tipos de signos existentes e os seus recursos significantes, de modo a satisfazer todas as circunstâncias e existências de Identificação diversas. Ainda segundo estes autores, os Signos Identificadores podem ser divididos entre primários e secundários. Os Signos Identificadores primários, são os logótipos e os símbolos, ou seja, as marcas gráficas de natureza verbal e não verbal e que podem funcionar separadamente ou em conjunto. Em relação aos Signos Identificadores secundários, são aqueles que não possuem capacidades suficientes para se tornarem independentes dos anteriores. Podemo-nos referir às cores, às texturas ou fundos (formas) onde se inscrevem os logótipos.

Ainda segundo estes autores, podemos efectuar a sua classificação formal, ordenando os seus elementos básicos de Identificação Institucional por Logótipos e Símbolos.

Relativamente aos Logótipos os mesmos podem ser subdivididos por:

1 - Logótipo tipográfico estandardizado
O nome da Instituição está escrito de uma forma normal com uma família tipográfica pré-existente (Fig. 1.3);




Fig. 1.3 - Logótipo da Fundação de Serralves - Porto - Portugal



2 - Logótipo tipográfico exclusivo
O logótipo é concebido através de uma família tipográfica exclusiva e desenhada especialmente para o efeito (Fig. 1.4);



Fig. 1.4 - Logótipo do Banco Espírito Santo - Portugal



3 - Logótipo tipográfico re-desenhado
O nome é escrito através de uma família tipográfica já existente, contudo aplicam-se acertos específicos de espaços, tamanhos, proporções, ligações especiais entre caracteres, etc. (Fig. 1.5);




Fig. 1.5 - Logótipo da Pirelli





4 - Logótipo tipográfico icónico
A substituição de alguma letra do logótipo por um ícone formalmente compatível com a dita letra ou com a actividade da empresa (Fig. 1.6);



Fig. 1.6 - Logótipo do semanário Sol - Portugal



5 - Logótipo singular
O logótipo é desenhado como um todo, como uma forma exclusiva que não
corresponde a nenhum alfabeto estandardizado (Fig. 1.7);




Fig. 1.7 - Logótipo do Euro 2004 - Portugal



6 - Logótipo com outros elementos visuais
Para aumentar a sua capacidade Identificadora, reforçam-se ou acrescentam-se alguns aspectos visuais externos como é o caso dos asteriscos, pontos, ou fundos normalizados e quase sempre geometricamente regulares (Fig. 1.8).



Fig. 1.8 - Logótipo do Jornal de Notícias - Porto - Portugal



Relativamente aos símbolos, e ainda segundo as classificações de Chaves e Belluccia (2006), podemos estrutura-los de acordo com os seus graus de iconicidade, abstracção e inclusão de letra ou letras nos símbolos:

1 - Símbolos icónicos
Os símbolos representam uma imagem ou referente, que é reconhecível pelo observador pela sua semelhança formal e evidente do mundo real ou imaginário (Fig. 1.9);



Fig. 1.9 - Símbolo dos Correios de Portugal


2 - Símbolos Abstractos
Os símbolos não representam objectos ou conceitos conhecidos, e podem através das suas características formais ou cromáticas, conotar algum tipo de sensação como, suavidade, movimento, modernismo, fragilidade, força, etc. (Fig. 1.10);



Fig. 1.10 - Símbolo do Instituto Português de Museus



3 - Símbolos Alfabéticos
Os símbolos são constituídos por iniciais do nome ou outros caracteres como motivo central (Fig. 1.11).




Fig. 1.11 - Símbolo dos Transportes Aéreos de Portugal


Todos os tipos de símbolos aqui expostos, podem ainda materializar-se com outros elementos gráficos, como fotografias, elementos mais ou menos orgânicos, pictóricos ou geométricos e ser ainda combinados com os tipos de logótipos descritos anteriormente (Fig. 1.12).




Fig. 1.12 - Símbolo das Pousadas de Portugal



Fontes:

Baudrillard, Jean (2007). A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70
Chaves, Norberto, Belluccia, Raul (2006). La marca corporativa. Gestión y diseño de símbolos y logótipos. Buenos Aires: Paidós. (Edição original 2003)
Costa, Joan (2004). La imagem de marca. Un fenómeno social. Barcelona: Paidós.
Costa, Joan (2006). Imagem corporativa en el siglo XXI. Buenos Aires: La Crujía. (Edição original 2003)
Frutiguer, Adrian (2002). Signos, símbolos, marcas, señales. Elementos, morfologia, representação, significação. México: Gustavo Gili. (Edição original 1981)
Giddens, Anthony (2005). O mundo na era da globalização: Lisboa: Editorial Presença. (Edição original 1999)
Heskett, John (2005). El diseño en la vida cotidiana. Barcelona: Gustavo Gili. (Edição original 2002)

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