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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

domingo, 21 de setembro de 2014

Definição interessante sobre o Design de Comunicação

Design de comunicação
É uma disciplina híbrida, que se situa (algures) entre o território do design e o do desenvolvimento de informação, e que se foca fundamentalmente na criação e transmissão de informação, ou se quisermos, na forma como os vários media comunicam com as pessoas.
O termo é regra geral usado como sinónimo de comunicação visual, mas tem uma definição mais lata, que abarca todos os sentidos e meios envolvidos no processo de comunicação. Os meios podem ser analógicos ou digitais - tais como posters, cartazes, vídeos ou websites -, e os sentidos podem ser o visual, auditivo, olfativo ou tátil, envolvendo em muitas das materializações um mínimo de dois (no caso de um website por exemplo, poderá ser o visual e o auditivo, no caso de um livro poderá ser o visual e o tátil).
O design de comunicação procura atrair, inspirar, criar desejos e motivar a audiência para responder às mensagens, com vista a produzir um impacto favorável na perceção das mesmas, cuja finalidade pode passar - a título de exemplo e sem exclusividade - pela construção de uma marca, pelo aumento das vendas, ou a resolução de uma questão humanitária.
O design de comunicação pode também referir-se a uma abordagem sistemática à comunicação, em que a totalidade dos meios e mensagens de uma cultura ou organização são desenvolvidos como um processo único e integrado, em oposição a uma abordagem fragmentada e intermitente.
Encontram-se, ao nível das sub-disciplinas e de uma forma indicativa, a publicidade, direcção de arte, gestão de marca, estratégia de conteúdos, escrita criativa (copywriting), direcção criativa, design de informação, design instrucional, comunicação de marketing, artes performativas, apresentação, escrita técnica e artes visuais.
Fonte: https://suporte.dsi.tecnico.ulisboa.pt/termo-de-glossario/design-de-comunicacao

sábado, 22 de janeiro de 2011

Identidade, Marcas Gráficas e Imagem Institucional

Resumo da conferência proferida em Lisboa - CIDAG - 2010
Conferência Internacional em Design e Artes Gráficas, Desafios Tecnológicos para o Design.

António Lacerda - Universiade Técnica de Lisboa - mail@antoniolacerda.com
Norberto Chaves - norbertochaves@bymag.com

Tema: Identidade Visual Institucional

A sociedade contemporânea, constituída através dos seus espaços, pessoas, organizações e artefactos, está submersa de variadas mensagens visuais, aplicadas por sua vez em diversos suportes de comunicação. Os seus significados e reconhecimentos enquadram-se numa estrutura social, com perspectivas culturais diferenciadas e específicas. Através do desenvolvimento industrial e tecnológico, essas mensagens e o seu acesso sofrem profundas alterações, evoluem tecnicamente e desempenham funções cada vez mais complexas.
A par dessa evolução, as instituições (canais de televisão, bancos, jornais, escolas, universidades, museus, etc.) cresceram, multiplicaram-se e internacionalizaram-se, surgindo diariamente novos sistemas, subsistemas, produtos e subprodutos, com valores e identidades próprias, transmitindo inumeráveis mensagens através dos seus diversos suportes de comunicação, e por consequência com necessidades de diferenciação perante os seus concorrentes.
Estas mudanças trouxeram alterações significativas no contexto das instituições dado que através deste progresso e a par de factores de ordem estratégica, funcional ou estrutural, surgiu a necessidade de renovação das suas identidades visuais e em concreto das suas marcas gráficas. Essas marcas, com especificidades e características próprias relativamente à sua identidade visual, têm distintas responsabilidades sociais e culturais perante a imagem que projectam - imagem institucional. Temos o exemplo de diversos países, cidades, regiões ou instituições culturais, que têm desenvolvido diversos programas de identidade, com o objectivo de atraírem mais públicos, investidores ou diferenciarem as suas ofertas.
De facto, na sociedade actual, é difícil pensarmos numa actividade ou instituição que não tenha um nome, uma marca gráfica, ou mesmo um guia para os seus diferentes modos de aplicação.
A importância da identidade e da imagem emerge, atingindo uma dimensão e importância indispensável para a organização, diferenciação e expressão de necessidades das instituições, e as suas diversas características e manifestações afectam directa ou indirectamente o modo como comunicam, e o modo como os outros as percepcionam.
É dentro deste contexto, que nos pareceu relevante o desenvolvimento deste trabalho, que analisa as correlações das dimensões identidade, marcas gráficas, e as suas influências na notoriedade da imagem e qualidade percebida de uma instituição por parte dos seus diferentes públicos.
Por consequência deste enquadramento, pretendemos identificar e descrever alguns dos principais factores que contribuam para uma gestão adequada da identidade, comunicação e a imagem institucional.

domingo, 13 de abril de 2008

Os Signos Identificadores

Iniciamos o estudo dos Signos Identificadores e os seus impactos ao nível da Identidade de uma Instituição, que se constitui por um sistema de mensagens e recursos significantes complexos, manifestado em todos e em cada um dos seus componentes - logótipos, aos símbolos, mascotes, às cores institucionais, ao grafismo complementar, aos signos acústicos, à arquitectura, comunicações internas e externas, etc.
Neste sentido, suscitam por sua vez nos seus públicos uma determinada opinião (reconhecimento, diferenciação, valorização, proximidade afectiva, etc.). Segundo Chaves (2005), para compreender a importância e uma depuração relativa a estes conceitos, é necessário analisar este paradigma através de um esquema de quatro elementos, sendo que:

- O primeiro denomina-se de realidade Institucional, que é o conjunto de condições e dados objectivos da existência real da Instituição representados através de elementos como: a sua estrutura e organização, os seus sistemas de relações e comunicações internas e externas, a sua infra-estrutura, entidade jurídica, etc.;

- O segundo elemento é a Identidade Institucional: conjunto dos elementos, atributos e processos identificadores, assumidos como próprios pela Instituição;

- O terceiro elemento é a comunicação Institucional que é o conjunto de mensagens efectivamente emitidos, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente (Chaves, 2005);

- O último elemento ou conceito referido por este autor, é a Imagem Institucional que em conjunto com os outros três elementos formam um sistema. A Imagem Institucional é o registo público dos atributos identificadores da Entidade.




Fig. 1.1 – Alguns Signos Identificadores de Sistemas de Identidade Corporativa, realizados por Paul Rand.


Nenhuma Instituição prescinde hoje de um signo gráfico como Identificador Institucional e o próprio conceito de Identidade Corporativa está quase exclusivamente associado ao Sistema de Identificação Gráfica das Instituições. Neste contexto a sua importância social e cultural, leva-nos ao estudo e análise dos Signos Identificadores (características verbais e visuais dos signos) como uma das ferramentas protagonizadoras, na análise da Identificação Institucional.




Fig. 1.2 - Signos Identificadores de Sistemas de Identidade Corporativa, realizados por Otl Aicher.


Segundo Chaves e Belluccia (2006), na sua forma de manifestação, são diversas as gamas de tipos de signos existentes e os seus recursos significantes, de modo a satisfazer todas as circunstâncias e existências de Identificação diversas. Ainda segundo estes autores, os Signos Identificadores podem ser divididos entre primários e secundários. Os Signos Identificadores primários, são os logótipos e os símbolos, ou seja, as marcas gráficas de natureza verbal e não verbal e que podem funcionar separadamente ou em conjunto. Em relação aos Signos Identificadores secundários, são aqueles que não possuem capacidades suficientes para se tornarem independentes dos anteriores. Podemo-nos referir às cores, às texturas ou fundos (formas) onde se inscrevem os logótipos.

Ainda segundo estes autores, podemos efectuar a sua classificação formal, ordenando os seus elementos básicos de Identificação Institucional por Logótipos e Símbolos.

Relativamente aos Logótipos os mesmos podem ser subdivididos por:

1 - Logótipo tipográfico estandardizado
O nome da Instituição está escrito de uma forma normal com uma família tipográfica pré-existente (Fig. 1.3);




Fig. 1.3 - Logótipo da Fundação de Serralves - Porto - Portugal



2 - Logótipo tipográfico exclusivo
O logótipo é concebido através de uma família tipográfica exclusiva e desenhada especialmente para o efeito (Fig. 1.4);



Fig. 1.4 - Logótipo do Banco Espírito Santo - Portugal



3 - Logótipo tipográfico re-desenhado
O nome é escrito através de uma família tipográfica já existente, contudo aplicam-se acertos específicos de espaços, tamanhos, proporções, ligações especiais entre caracteres, etc. (Fig. 1.5);




Fig. 1.5 - Logótipo da Pirelli





4 - Logótipo tipográfico icónico
A substituição de alguma letra do logótipo por um ícone formalmente compatível com a dita letra ou com a actividade da empresa (Fig. 1.6);



Fig. 1.6 - Logótipo do semanário Sol - Portugal



5 - Logótipo singular
O logótipo é desenhado como um todo, como uma forma exclusiva que não
corresponde a nenhum alfabeto estandardizado (Fig. 1.7);




Fig. 1.7 - Logótipo do Euro 2004 - Portugal



6 - Logótipo com outros elementos visuais
Para aumentar a sua capacidade Identificadora, reforçam-se ou acrescentam-se alguns aspectos visuais externos como é o caso dos asteriscos, pontos, ou fundos normalizados e quase sempre geometricamente regulares (Fig. 1.8).



Fig. 1.8 - Logótipo do Jornal de Notícias - Porto - Portugal



Relativamente aos símbolos, e ainda segundo as classificações de Chaves e Belluccia (2006), podemos estrutura-los de acordo com os seus graus de iconicidade, abstracção e inclusão de letra ou letras nos símbolos:

1 - Símbolos icónicos
Os símbolos representam uma imagem ou referente, que é reconhecível pelo observador pela sua semelhança formal e evidente do mundo real ou imaginário (Fig. 1.9);



Fig. 1.9 - Símbolo dos Correios de Portugal


2 - Símbolos Abstractos
Os símbolos não representam objectos ou conceitos conhecidos, e podem através das suas características formais ou cromáticas, conotar algum tipo de sensação como, suavidade, movimento, modernismo, fragilidade, força, etc. (Fig. 1.10);



Fig. 1.10 - Símbolo do Instituto Português de Museus



3 - Símbolos Alfabéticos
Os símbolos são constituídos por iniciais do nome ou outros caracteres como motivo central (Fig. 1.11).




Fig. 1.11 - Símbolo dos Transportes Aéreos de Portugal


Todos os tipos de símbolos aqui expostos, podem ainda materializar-se com outros elementos gráficos, como fotografias, elementos mais ou menos orgânicos, pictóricos ou geométricos e ser ainda combinados com os tipos de logótipos descritos anteriormente (Fig. 1.12).




Fig. 1.12 - Símbolo das Pousadas de Portugal



Fontes:

Baudrillard, Jean (2007). A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70
Chaves, Norberto, Belluccia, Raul (2006). La marca corporativa. Gestión y diseño de símbolos y logótipos. Buenos Aires: Paidós. (Edição original 2003)
Costa, Joan (2004). La imagem de marca. Un fenómeno social. Barcelona: Paidós.
Costa, Joan (2006). Imagem corporativa en el siglo XXI. Buenos Aires: La Crujía. (Edição original 2003)
Frutiguer, Adrian (2002). Signos, símbolos, marcas, señales. Elementos, morfologia, representação, significação. México: Gustavo Gili. (Edição original 1981)
Giddens, Anthony (2005). O mundo na era da globalização: Lisboa: Editorial Presença. (Edição original 1999)
Heskett, John (2005). El diseño en la vida cotidiana. Barcelona: Gustavo Gili. (Edição original 2002)

terça-feira, 11 de março de 2008

Alguns parâmetros para o desenvolvimento de Sistemas de Identidade Visual

Palavras chave:
Programa de imagem coordenada; Identidade Institucional; Design de Comunicação; Marca.


Introdução


É crescente o reconhecimento da sociedade dado à importância de uma marca/imagem coesa que projecte qualidade, confiança e que unifique segundo uma mesma liderança.

À semelhança do que se passa numa estrutura empresarial, o programa de imagem coordenada de uma instituição, que se apresenta no mercado entre concorrentes na sua área, deve ser alvo de séria reflexão e encarado como um ponto fundamental para o seu sucesso.

Segundo o Centro Português de Design, esse programa não consiste apenas na criação de um logótipo ou de várias aplicações em catálogos, nem sequer de um trabalho de relações públicas (1997). Estas acções, enquanto isoladas, possuem um valor menor e fragmentário do entendimento da natureza identitária da instituição, pelo que o seu sentido e força advém da sua inserção num plano, entendido como um todo.

A noção de conjunto é fundamental e a sua ausência não se coaduna com a existência de um programa de imagem coordenada de uma estrutura empresarial ou institucional. “De facto, a nossa experiência diz-nos que as empresas (…) vão ao encontro das suas necessidades recorrendo ao design dos seus produtos, embalagens e logótipos de forma isolada e recorrendo a pessoas diferentes, pelo que se perde um efeito importante de comunicação integrada.” (Centro Português de Design, 1997, p. 113). O prejuízo daí resultante surge ao nível da confusão do público-alvo (actuais consumidores e potenciais), mediante a diversidade de imagens, muitas delas contraditórias entre si, provocando um enfraquecimento da identidade projectada para esse público.

Um outro aspecto fundamental relaciona-se com o tratamento individual dos suportes de imagem da instituição: mediante a ausência de identidade própria da instituição, e perante as constantes necessidades de elaboração de produtos de comunicação visual (tanto para comunicações internas como externas), as encomendas são entregues a diferentes profissionais de design, do que decorre um caos visual facilmente identificável. Do que se deduz a necessidade de controlo do dito programa de imagem coordenada, no qual os designers profissionais são colaboradores activos.


Definição de alguns parâmetros para o controlo dos programas de imagem coordenada ou de intervenção em identificação Corporativa ou Institucional, segundo Centro Português de Design (1997):



1 - Programa de imagem coordenada

Uma das melhores ferramentas para o plano e controlo da comunicação Institucional é o programa de design, através do qual a Instituição cria um perfil de Identidade e coloca no papel o que deveria ser o aspecto visual da empresa de modo que, uma vez adoptado, deve prever as situações onde será utilizado.
O programa não termina com a definição ou redefinição de símbolos, pelo contrário, continua com as suas diferentes aplicações.

2 - Eixos de acção do programa de comunicação

2.1 Empresa ou Instituição
Antecedentes da Instituição
A missão da Instituição
Carácter, cultura
Tipo de organização interna
Produtos ou serviços da empresa
Etc.

2.2 O mercado
Os mercados onde actua
Os concorrentes
Os suportes de comunicação mais utilizados;
As politicas de comunicação
Etc.

2.3 O público-alvo directo
O consumidor, utilizador ou comprador
O seu conhecimento da Instituição e o dos seus produtos
As suas necessidades
As suas motivações
O seu comportamento
Outros agentes influenciadores no processo de decisão

2.4 O público-alvo indirecto
Funcionários da Instituição
Gestores
Fornecedores
Bancos
Parceiros e outras Instituições
Público em geral

2.5 Os objectivos da comunicação
O público-alvo
Os meios de comunicação
A mensagem
Os recursos disponíveis
As limitações



3¬ - 0 programa de design da imagem gráfica

Definição do tipo de identidade a construir de acordo com o ponto de vista organizacional, as actividades da empresa/instituição, os mercados onde actua, etc.


3.1 – Objectivos gerais

3.1.1 Identidade visual monolítica

3.1.2 Identidade por níveis

3.1.3 Imagem empresarial endossada


4¬ - Princípios básicos do programa de imagem institucional

Definição de algumas regras que devem acompanhar os projectos de design:


4.1 – Elementos básicos

4.1.1 A marca verbal/identidade verbal

Têm como objectivo distinguir a linguagem de uma marca e devem abranger o seguinte:

-O nome
-Um sistema de atribuição de nomes para produtos
-Um lema
-Princípios para o tom de voz
-O recurso a histórias

4.1.2 A marca gráfica/identidade visual

Engloba as componentes gráficas que, em conjunto, fornecem um sistema para identificar e representar uma marca nomeadamente:

-Logotipos
-Símbolos
-Cores
-Tipos de letra
- Padrões
-Etc.



4.1.3 Os requisitos

4.1.3.1 Funcionais: legibilidade a grande velocidade, capacidade de ser memorizada, originalidade para se distinguir, versatilidade para ser utilizada em diversas condições de reprodução e cor.

4.1.3.2 Semânticos: Valorizar a cadeia que associa a marca aos produtos da empresa, serviços e qualidade dos mesmos – politica de comunicação geral.

4.1.3.3 Formais: Compatibilidade do estilo com o da empresa, adaptação aos gostos actuais e qualidades estéticas.


4.1.4 O grafismo

O grafismo tem como objectivo e missão ser o veículo da mensagem e deve estar subordinada ao logótipo, marca ou cor. Tem um carácter identificador.


4.1.5 A Cor

A cor pode fazer parte do programa de imagem gráfica de muitos modos:

-Fazer parte do nome
-Ser utilizada repetidamente como distintivo da empresa
-Desempenhar funções da imagem gráfica, subgrupos, codificações, etc.
-Ter efeito óptico para ser visualizado em circunstâncias difíceis
-Determinar ou sugerir a origem de uma empresa
-Pode ser um código identificador de certos produtos



5 - Aplicações dos elementos básicos

Impressos

Embalagens, sistemas de etiquetagem, etc.

Sinalização

Veículos

Publicidade

Outras aplicações


6 - Processo de design do programa de imagem gráfica institucional

No processo de elaboração da imagem gráfica institucional importa distinguir as seguintes etapas básicas:

6.1 Investigação: Compreende o acumular de informação bem como a organização e elaboração dos objectivos para a etapa seguinte.

6.2 Análise: Definem-se os objectivos que ficam moldados no perfil da imagem, servindo de introdução à fase posterior.

6.3 Design gráfico: Neste capítulo que diz essencialmente respeito ao designer, podemos distinguir duas etapas: o projecto de design e a execução do mesmo.

6.4 Etapa de aplicação e controlo: Fica sob a responsabilidade da instituição que deve fornecer os meios necessários para que a imagem gráfica se implemente e se “instale” na mesma.




Fonte: Centro Português de Design (1997). Manual de gestão de design. Porto: Centro Português de Design.